Você pode tornar-se outro
- kaike Nanne
- 12 de set.
- 1 min de leitura
Atualizado: 25 de set.

A mudança de nome depois de acontecimentos dramáticos ou decisivos é um dos costumes dos Akuntsú, pequeno grupo étnico da região do Omerê, em Rondônia, tema do capítulo 9 do livro “Como dançar com os mortos”.
Para os Akuntsú, tornar-se outro é uma libertação. O passado não precisa ser ignorado, mas é como se a própria história, até determinado ponto, tivesse sido protagonizada por outro indivíduo, com o qual não se tem o compromisso de compartilhar toda a responsabilidade pelos erros cometidos.
O cacique Konibú (foto) me contou que já fora chamado de Kwatin — literalmente, “cobra”. Ao narrar lembranças amargas, ele ressaltava: “Kwatin chorava. Eu, não.”
[A fotografia é do Valdemir Cunha.]



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