
Uma ponte entre a tradição e o presente, a razão e os mitos, o saber ancestral e os dilemas do agora. Uma resposta a nosso desejo de reconexão com algo maior.
O que temos a aprender com povos que ainda cantam para plantar, dançam para fazer chover e conversam com os mortos antes de tomar decisões importantes?
Com a desconfiança de que a tecnologia, o progresso e os avanços científicos não bastam para atender a todas as nossas necessidades, o autor busca inspiração em tradições milenares, costumes ancestrais, rituais e mitos que vêm sendo preservados há séculos por povos dos cinco continentes. E nos apresenta diversas sociedades que escolheram se manter à margem do modelo ocidental para continuar enfrentando os desafios da vida mais próximas da natureza, dos seus antepassados e das forças invisíveis.
Será que esquecemos do essencial?
Até muito recentemente, a vida humana seguia outro ritmo, regida por outros pactos — conectada a uma teia invisível de símbolos, narrativas, relações com o sagrado e com o mundo natural. Este livro nos leva ao encontro de comunidades que nos fazem lembrar dessas referências que esquecemos — ou fingimos esquecer. Ainda existem, espalhados pelo mundo, povos que conservam algo que deixamos escapar sobre o tempo, o corpo, o medo, a convivência. Algo sobre como lidar com o silêncio, com a morte, com aquilo que não se controla.
Como dançar com os mortos apresenta um mosaico de culturas tradicionais de forma leve e envolvente — e está longe de ser uma
obra acadêmica. A estrutura, com onze capítulos independentes e mapas que situam o território de cada grupo étnico, favorece quem busca um conteúdo introdutório sobre povos originários. O leitor amplia seu repertório e é instigado a refletir sobre o que a sociedade ocidental deixou para trás em nome da modernidade. Eis um livro para quem deseja compreender o que está em jogo quando se fala em memória, pertencimento e diversidade cultural.
A narrativa alterna relatos intensos — como o encontro com guerreiros armados no Vale do Omo, na Etiópia — com instantes de encantamento, como a noite polar entre os Sámi, no Ártico, ou os jogos de combate dos Dani, na Nova Guiné. O leitor é conduzido a territórios que são muito mais que cenário — são personagens. Montanhas, rios, vales, desertos e florestas não apenas emolduram as histórias: forjam os mitos, definem os rituais, orientam as práticas sociais. Conhecer o território é parte da compreensão do mundo que ali se desenha.
